O Abrigo Como Fator de Risco e Proteção: Indicadores e Avaliação Institucional

Pesquisas indicam como as dificuldades de instituições do tipo abrigo podem prejudicar o desenvolvimento de crianças e adolescentes que estão sob essa medida de proteção. Nesse sentido, uma prática mais eficiente dos profissionais que atuam nessas entidades, poderia contribuir com a prevenção de deficiências às quais os abrigados estão sujeitos. O presente trabalho foca o papel da rede de proteção à criança e ao adolescente e tem o objetivo geral de investigar as estratégias utilizadas por esses profissionais ao avaliarem os abrigos, bem como sob quais indicadores de qualidade o comportamento de avaliar dos mesmos está sob controle. Foram realizados dois estudos em duas cidades do centro-oeste do estado de São Paulo. Participaram do Estudo 1 quatro conselheiros tutelares, uma representante do Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, uma integrante do Conselho de Assistência Social do Município, a Assistente Social do poder judiciário, o juiz da cidade e a coordenadora do único abrigo do município. Os participantes do Estudo 2 foram nove profissionais responsáveis pela avaliação dos abrigos, sendo eles: os cinco Conselheiros Tutelares do Município, uma das integrantes do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Juiz da Vara da Infância e da Juventude e o promotor da cidade; e cinco coordenadores de abrigos. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas, questionários e análise documental. Os resultados indicam que os profissionais que monitoram os abrigos, em ambos os estudos, utilizam predominantemente a visita à entidade como estratégia de avaliação. No entanto a mesma é conduzida de forma e freqüência variada (alguns conversam, bimestralmente ou semestralmente, com funcionários e abrigados; outros apenas observam o funcionamento da entidade). Os indicadores de qualidade descritos como orientadores da tarefa de avaliar, também são variados. Ressalta-se a baixa freqüência de citação de aspectos relacionados às práticas educativas dos monitores dos abrigos e cuidados da entidade para manutenção dos vínculos familiares.

O ABRIGO COMO FATOR DE RISCO E PROTEÇÃO INDICADORES E AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL