MAQUINANDO ROSTIDADES PARA A INFÂNCIA PARAIBANA: ENTRE DISCURSOS JORNALÍSTICOS E NARRATIVAS ORAIS (1930/1940)

Este trabalho tem como objetivo fazer uma história das infâncias paraibanas, produzidas pelos discursos presentes em alguns periódicos e também pelas memórias de sujeitos idosos participantes de grupos de terceira idade. Lugares institucionais e não-institucionais de infâncias que estavam sendo construídos na/para a Paraíba durante as décadas de 1930 e 1940, infâncias urbanas e infâncias rurais, infâncias escolares e infâncias demarcadas pela inserção no mundo do trabalho, tecidas e esculpidas pelos discursos jornalísticos e pelas memórias de idosos(as). Corpos infantis portadores de discursos variados, rostidades produzidas para as infâncias paraibanas, pensadas aqui no esteio do pensamento deleuziano como um processo de subjetivação articulado por uma série de práticas, códigos e signos agenciados por meio das relações de poder tecidas dentro do corpus social. Para historiografar esses lugares/rostidades de infâncias, invisto na análise de dois cenários de pesquisa complementares que vão sendo tecidos sob duas abordagens metodológicas distintas: a análise do discurso e a história oral. O primeiro cenário investigado se dá através da análise de alguns discursos presentes no jornal paraibano A União, e de outros periódicos que circularam na Paraíba durante os an0os 1930 e 1940, principalmente os discursos produzidos sob a intervenção dos saberes pedagógicos e médico-higienistas, enquanto dispositivos que se mostravam a serviço de uma racionalidade moderna, progressista e civilizadora que se firmava política e socialmente em âmbito nacional e paraibano. No segundo cenário de pesquisa, lanço um olhar sobre as subjetividades infantes, redesenhadas pelas memórias de idosos(as) que experienciaram a infância sob outros referenciais, durante o mesmo período em que analiso as reportagens, as décadas de 1930 e 1940. Infâncias praticadas e subjetivadas sob o viés das pertenças sociais, raciais e de gênero, em um cenário marcadamente rural distinto daquele delineado pelas narrativas jornalísticas. Infâncias representadas e projetadas sob a ótica do olhar adultocêntrico dos(as) próprios(as) idosos(as) entrevistados(as).

 

 

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