INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO SOB O OLHAR DAS CRIANÇAS: QUE LUGAR É ESSE?

As instituições de acolhimento são espaços protetivos para crianças e adolescentes em
situação de risco. O acolhimento institucional é um fenômeno social e histórico que deve ser
compreendido contextualmente para poder gerar ações preventivas, dialógicas e protetivas
com a Rede de Atendimento Institucional. Assim, partindo das inquietações das próprias
crianças, tivemos a oportunidade de mobilizar ações relativas às práticas educativas
ambientais nas instituições de acolhimento. Estas foram detectadas sob o ponto de vista delas,
levando-se em conta as suas opiniões, anseios, sentimentos e sugestões sobre a vida na
entidade de acolhimento. Sendo assim, o objetivo central dessa pesquisa foi analisar
bioecologicamente as instituições de acolhimento por meio do olhar de crianças de 7 a 12
anos, tendo por base teórica e metodológica a Bioecologia do Desenvolvimento Humano, de
Urie Bronfenbrenner. Essa teoria aborda o desenvolvimento humano sob a ótica dos
condicionantes socioambientais e de um olhar atento e indissociável aos múltiplos contextos
de influência no desenvolvimento humano. Inicialmente, foi feita uma pesquisa documental
(LÜDKE, 1986) para conhecer o perfil das crianças e as causas da institucionalização. Após,
buscamos entender por meio da inserção ecológica, como acontecia o acolhimento das
crianças nesses espaços com anotações das muitas observações naturalísticas feitas em diário
de campo. Na sequência, foi realizada entrevista reflexiva associada ao registro fotográfico
simultâneo a partir de um diálogo com as crianças no intuito de investigar o olhar das mesmas
acerca das instituições de acolhimento. Para análise dos dados, foram utilizados os princípios
da Teoria Fundamentada nos Dados (CHARMAZ, 2009) com apoio do software Atlas.Ti
(SAN MARTÍNS, 2014). Os resultados demonstraram que as instituições de acolhimento são
percebidas pelas crianças como um lugar de disciplina, como imposição de regras e de
ambivalências nas práticas educativas. Em suma, a presente pesquisa buscou dialogar com os
diretamente afetados e que sofrem as consequências da violência estrutural e pessoal da
institucionalização, o que está em conformidade com a Educação Ambiental, cuja proposta é
contribuir para mudanças de valores e atitudes da sociedade.

 

 

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