Esta dissertação tem como objetivo analisar as imagens fotográficas de crianças e adolescentes em situação de risco, que foram veiculadas no jornal Folha de São Paulo, no período de 2007 a 2011, visando captar as representações que foram elaboradas pela mídia impressa sobre esse segmento social. São analisados também os olhares de adolescentes que participaram da pesquisa e que vivem situações semelhantes àquelas representadas nas imagens. Na parte inicial, está detalhada a metodologia utilizada para a seleção das imagens do acervo do jornal Folha de São Paulo, a forma de classificação delas, segundo temas e os segmentos de expressão e conteúdo, além do trabalho de leitura das imagens realizado com adolescentes, que moram em casa de acolhimento e outros que circulam pelo serviço de atendimento. Com base no pressuposto de que o jornal contribui para a constituição do imaginário social, discute-se a irrupção do imaginário na natureza humana e nas relações entre mídia e representações sociais. A presença do imaginário é apontada na produção jornalística e seus efeitos na recepção da imagem, da notícia e também na formulação das representações sociais que são veiculadas na mídia. Posteriormente analisam-se os contextos de produção das imagens fotográficas e de seus padrões recorrentes, com base nos temas e nos atributos espaciais e corporais, que por sua vez impõem sentidos (visíveis e invisíveis) às representações. Complementarmente a essa análise, são reveladas as interpretações feitas pelos adolescentes na relação das imagens do jornal e das imagens que têm de si.
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