CRIANÇAS DE GROZNI: UM RETRATO DOS ÓRFÃOS DE TCHETCHÊNIA

Em dezembro de 1994, tropas russas invadiram a Tchetchênia, levando o país a um prolongado e violento conflito. Como correspondente internacional em Moscou naquela época, Åsne Seierstad viajou regularmente à Tchetchênia para fazer reportagens sobre a guerra e descrever os seus efeitos sobre aqueles que tentavam viver normalmente, apesar das circunstâncias desfavoráveis. Depois de percorrer os vilarejos pobres da Tchetchênia e ouvir as histórias dramáticas de um povo marcado pelo sofrimento causado por guerras e confrontos, Seierstad viajou à capital do país para investigar junto às autoridades as razões da atual miséria tchetchena e as políticas implementadas pelo governo no sentido de conduzir o país à prosperidade. Em Grozni, a autora entrou em contato com universitários, ministros, assessores do governo e empresários, tendo oportunidade de registrar as ambiguidades de uma democracia autoproclamada envolta num véu de censura feroz. Ela visitou ainda instituições oficiais do país e observou o funcionamento de um aparelho burocrático servindo ao único propósito de incensar e promover o presidente da república, Ramzan Kadirov, que em entrevista reproduzida no livro não consegue dissimular os maniqueísmos de uma administração atroz e assassina.