A Classificação Indicativa na Língua Brasileira de Sinais

Esta publicação é resultado de um estudo inédito, organizado pela Secretaria Nacional de Justiça (SNJ), do Ministério da Justiça, com o objetivo de incentivar a acessibilidade aos meios de comunicação para as pessoas com deficiência. O interesse da SNJ pelo tema começou quando telespectadores surdos demonstraram dificuldades para compreender as mensagens da Classificação Indicativa na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), veiculadas pelas emissoras de televisão. Sabe-se que a TV é um veículo de comunicação que atrai muita gente, inclusive pessoas surdas, as quais precisam de técnicas especiais de transmissão da informação para terem acesso à programação oferecida pelas emissoras. Apesar de as tecnologias atuais permitirem um bom nível de acessibilidade às informações transmitidas via televisão, constatase que isso ainda não ocorre de modo totalmente satisfatório nas emissoras brasileiras. Esta pesquisa foi realizada entre 2007 e 2008 com surdos das três principais capitais do País: Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, cidades nas quais estão localizadas respeitáveis entidades que trabalham com surdez. O objetivo foi verificar as inadequações referentes à Língua de Sinais apresentadas nas vinhetas televisivas e sugerir melhorias. Representantes das emissoras de TV também participaram do debate e conheceram as dificuldades encontradas pela comunidade surda no acesso aos meios de comunicação e, em especial, à mensagem da Classificação Indicativa produzida na Língua Brasileira de Sinais pelas emissoras. São poucas as pesquisas brasileiras que tratam da acessibilidade das pessoas com deficiência aos meios de comunicação. Assim, sentiu-se necessidade de produzir um material que possa ser importante fonte de informação não só para as mensagens da Classificação Indicativa, mas para tantas outras veiculadas de forma audiovisual. Vale ressaltar que, pela sua considerável contribuição social, o estudo tem despertado a atenção da sociedade e, antes mesmo de ser lançado, já foi apresentado em uma conferência em Recife. O leitor encontrará nesta cartilha mais detalhes sobre o universo formado por pessoas com dificuldade de audição; o profissional de TV terá conhecimento do que é preciso fazer para que a mensagem da Classificação Indicativa torne-se mais acessível às pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Da mesma forma, aquele receberá orientações de como conquistar uma audiência que ainda está “fora do ar”. Aproveito a oportunidade para agradecer, em especial, à equipe do Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação da SNJ pela dedicação e carinho com que guiou este estudo e pelo tratamento humanitário exposto nesta cartilha. Para finalizar a apresentação e motivá-los a agir em busca de maior inclusão, destaco que o direito à comunicação é fundamental para o exercício da cidadania e, diante da necessidade de construir-se uma sociedade e uma mídia ainda mais democráticas e inclusivas, é preciso que adotemos ― Governo, emissoras de TV e cidadãos ― todas as medidas necessárias para a eliminação de barreiras que impeçam a inclusão social de pessoas com deficiência. Este estudo é um importante passo para que isso aconteça e conto com a colaboração de todos para que as sugestões aqui mencionadas sejam rapidamente colocadas em prática.