As oficinas começaram pela Escola de Referência do Ensino Médio São José, na cidade de Frei Miguelinho, que fica a 114km da capital do estado, participaram da oficina os estudantes que fazem parte do grêmio estudantil da escola, sendo eles dos 1º, 2º e 3º anos. Dentre os vários documentários, livros, jogos e temáticas que compõe a Maleta Juventudes, se foi trabalhado na oficina o documentário “Nunca Me Sonharam” que retrata os desafios do presente, as expectativas para o futuro e os sonhos de quem vive a realidade do Ensino Médio nas escolas públicas do Brasil, segundo os alunos que participaram “Nunca me sonharam reflete sobre o valor da educação e a importância da educação”.

Chegando ao EREM Gil Rodrigues, que fica em Vertentes, foram desenvolvidas diversas atividades, com as turmas do período Integral, Ensino de Jovens e Adultos e com o Programa Travessia. Com as turmas do integral foi realizado um cine debate com filme “Nunca Me Sonharam”, de acordo com uma aluna que participou, o filme levante um debate que instiga todos aqueles que se sentem tocados pela educação. Com os estudantes do 1º e 2º anos do ensino médio do programa integral e com o programa Travessia, foi discutido com os adolescentes e jovens como eles utilizam as redes sociais e foram levantadas questões sobre segurança na internet, foi exibido o curta “Não Me Sinto Segura na Internet” – a história de quatro meninas expostas na internet, as consequências, o respaldo legal e social para esse tipo de agressão, e mecanismos de proteção que nascem nessa mesma internet. Também foi entregue as escolas o Plano Estadual Decenal dos Direitos Humanos das Crianças e dos Adolescentes, juntamente com dois livros resultados das duas especializações realizadas pela Escola de Conselhos de Pernambuco.

O pesquisador do Laboratório de História das Infâncias do Nordeste, Plínio Xavier de Figueirôa, natural do município de Vertentes, foi quem coordenou as atividades, totalizando 11 oficinas e 2 cine-debates. Plínio é professor de História e está fazendo mestrado em Educação, Culturas e Identidades pela UFRPE/FUNDAJ, em sua pesquisa ele aprofunda como o Grêmio Estudantil pode se tornar um espaço de empoderamento dos estudantes.  Segundo Plínio essas atividades foram “Uma oportunidade de ouvir adolescentes e jovens sobre temas extremamente relevantes porem que são frequentemente esquecidos pelas escolas, sendo assim, foi possível criar um ambiente em que eles possam concordar, discordar, debater e principalmente serem eles mesmos, expondo suas ideias e pensamentos sobre os temas sem que adultos imponham as suas opiniões. É necessário abrir cada vez mais espaços como esses para conscientização de temas fundamentais como os que trabalhados e de forma que não censure as opiniões das crianças e adolescentes”.