Esboços: Relações de Gênero e Escrita da História

Em seu livro “A Nova História Cultura”, traduzido no Brasil em 1992, a historiadora Lyenn Hunt afirmava que “sem alguma discussão de gênero, nenhum relato de unidade e diferença culturais pode estar completo”. Este recurso nosso a uma autoridade acadêmica, como o da autora, talvez não seja mais necessário nos dias atuais, mas, no início dos anos noventa, no Brasil, certamente esta afirmação ajudou historiadoras/es em seu “combate pela história”, para que se incluísse o gênero como categoria de análise e que se aceitasse como “acadêmicos”, e portanto “sérios, os estudos históricos que tinham esse foco. Mesmo porque a desqualificação não era feita somente em relação ao gênero, outras pesquisas que discutiam raça/etnia, e mesmo classe, eram “acusadas” de serem “militantes” e, portanto, de não terem suficiente objetividade para serem tomadas como acadêmicas.