A Família na Perspectiva de Pais de Filhos com Câncer e de Filhos Sadios

Há escassez de pesquisas sobre a paternidade, comparada aos vastos estudos realizados sobre a maternidade, ressaltando, como exceção, os estudos desenvolvidos pela psicanálise quanto à função paterna É com intuito de conhecer como o pai de uma criança com câncer vivencia o adoecimento e o sofrimento em todas as fases terapêuticas pelas quais o filho passa, propõe-se um estudo na dimensão das vivências da paternidade no contexto oncológico infantil, comparando-o com pais cujos filhos estão sadios, na tentativa de possibilitar questões para reflexão, tanto para prática clínica quanto para futuras pesquisas na área do câncer infantil, como também nas ações de saúde pública. A metodologia privilegiada é de caráter qualitativo e comparativo, uma vez que se confrontam as possíveis semelhanças e diferenças detectadas entre pais de filhos com câncer (Grupo 1) e pais de crianças sadias (Grupo 2). A pesquisa consiste de estudo de casos, numa abordagem sistêmica. Para coleta de dados desta pesquisa, foram entrevistados 30 (trinta) pais do gênero masculino, sendo 15 (quinze) deles, pais de crianças e adolescentes com câncer, e 15 (quinze) pais de crianças e adolescentes sadios. Os resultados obtidos enfatizam uma sociedade em fase de transição no tocante ao exercício da paternidade, às funções paternas e ao lugar do pai. Mesmo estando os dois grupos de pais em situações divergentes, há pontos peculiares aos pais de filhos com câncer e os comuns entre os grupos.

A FAMÍLIA NA PERSPECTIVA DE PAIS DE FILHOS COM CÂNCER E DE FILHOS SADIOS